quarta-feira, março 15, 2006

Imperfeições-de-Mais-e-de-Menos-do-Que-Seria-Não-Menos-Que-Infinitamente-Mais-Que-Perfeito.

Não quero um alguém
nem errado-de-menos,
nem perfeito-de-mais.
Pois do que vale ser perfeito,
se perfeito não muda, não renova,
não amadurece,
não cresce e nem melhora?

Não quero um alguém
nem errado-de-mais,
nem perfeito-de-menos.
De que adianta, se até a perfeição
já é imperfeita,
E o maior dos defeitos
é a não-existência dos mesmos?

Não quero ser eu
nem o perfeito-de-mais,
nem o errado-de-menos.
Pois, na verdade, já sei
que, no fundo, nunca serei
o dono-da-razão,
mesmo que seja da minha própria.

Não quero ser eu
nem o perfeito-de-menos,
nem o errado-de-mais.
Pois, na verdade, já sei
como é o gosto de ter o desgosto
de ser qualquer um desses dois,
e do desgaste e aflição que isso tudo causa.

Só quero ser Eu mesmo, e encontrar
um Alguém desses, errado-de-mais,
num Canto desses, perfeito-de-menos,
para aí, sim, finalmente, ter
um Amor desses, imperfeito-de-mais-e-de-menos,
e também, não-menos-que-
infinitamente-mais-que-perfeito.

Leonardo Reis (05/01/06)